Carnaval de blocos de rua
“Ó abre alas que eu quero passar. Ó abre alas que eu quero passar.” ♫
Olá caros leitores, nessa matéria pretendo trazer um pouco da história dos carnavais de rua, especificamente blocos de embalo, sujo e das piranhas, e exemplos desse tipo de comemoração pelo Brasil. O que seriam esses carnavais?São aquelas festividades formadas, em sua maioria, por grupos populares que se reúnem com o único intuito de se divertir e saem pelas ruas da cidade fantasiados ou vestidos informalmente, normalmente acompanhado por uma banda também de chão ou em um veiculo de pequeno porte.
O carnaval brasileiro teve origem no entrudo português (uma festa onde participavam tantos os escravos quanto às famílias brancas e que era característico pelos banhos de água suja, mais tarde substituídas pelos limões de cheiro. Sofreu forte influência das mascaradas italianas e a aquisição de elementos africanos). De origens européias, também surgiram as batalhas de flores, os desfiles em carros alegóricos e personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo.
O primeiro baile de máscaras do Brasil foi realizado no Rio de Janeiro pelo Hotel Itália. Foi nesse estado que também surgiu a primeira marchinha de carnaval, "Ó abre alas", composta por Chiquinha Gonzaga para o cordão Rosa de Ouro.
Os grupos do carnaval ou Pequeno Carnaval eram classificados em: ranchos (considerados como mais sociáveis), blocos ou cordões (o carnaval descontrolado). Existem 5 tipos de blocos de carnaval: bloco afro (utilizam em sua indumentária, ritmo e letra aspectos das culturas africanas), blocos de enredo (idênticos as escolas de samba, porém com um samba enredo mais curto), blocos de embalo (não são de enredo e nem se identifiquem com outra manifestação carnavalesca pré-existente), bloco de sujo (são os mais comuns nos carnavais pelo Brasil, caracterizam-se pelo improviso e desorganização ao som de marchinhas carnavalescas e sambas-enredo) e , por fim, bloco das piranhas (blocos carnavalescos formados por homens que se vestem com roupas de mulher).
Alguns exemplos desses blocos pelo Brasil e que sempre arrastam multidões são:
Rio de Janeiro:
Embora seja característico pelos desfiles das escolas de samba, o Rio de Janeiro possui muitos blocos de rua e de salão. Aqui será destacado o Bloco Cordão da Bola Preta, que além de ser um dos mais tradicionais do estado (fundado em 1918), esse ano bateu recorde de público, arrastando cerca de 2,5 milhões de foliões. O desfile aconteceu no sábado (18), homenageou o centenário do ator e compositor Mário Lago, com quase todas as pessoas fantasiadas com roupas brancas de bolinhas pretas, e sua trilha sonora foi composta por marchinhas e sambas-enredos.
Pernambuco:
Recife e Olinda são cidades características pelo carnaval de rua com seus bonecos gigantes, frevos, maracatus, entre outros. Será destacado o tradicional Bloco do Galo da Madrugada que é considerado o maior bloco de carnaval do mundo. O Galo da Madrugada, que saiu no sábado (18), arrastou mais de dois milhões de pessoas pelas ruas de Recife e em seu 35º desfile homenageou o centenário de Luiz Gonzaga com o tema: "Galo, Frevo e Folião: Homenagem ao Rei do Baião". O desfile desse ano homenageou, ainda, os 80 anos do boneco gigante mais famoso de Olinda, O Homem da Meia-Noite.
Salvador:
Em Salvador, o que predomina são os trios elétricos, mas também é possível destacar os blocos de rua como o Ileyaê e do Afoxé Filhos de Gandhy, sendo este o nosso objeto de destaque. O mais tradicional afoxé do carnaval de Salvador, Filhos de Gandhy, fundado por estivadores portuários em 1949, tingiu de branco o Circuito Osmar no domingo (19). Formado exclusivamente por homens e inspirado nos princípios de não violência e paz de Mahatma Gandhi, o bloco traz a tradição da religião africana ritmada pelo agogô nos seus cânticos de ijexá na língua Iorubá, a 'fantasia' é constituida de turbante, toalhas brancas e lenções simbolizando as roupas indianas, perfume de alfazema e colares azul e branco (oferecidos como forma de desejar paz durante o carnaval e ao longo do ano). Este ano o bloco trouxe o lema da luta contra a violência contra a mulher.
Minas Gerais:
Hoje em dia o carnaval de Ouro Preto é um dos mais procurados, atraindo turistas de várias regiões, principalmente estudantes. Dentre os seus blocos, vamos falar de um com mais de 140 anos de tradição, o Bloco Zé Pereira dos Lacaios que saiu no domingo (19), formado por cerca de 50 membros, filiação quase hereditária, e começa o desfile com um grupo de crianças e adultos vestidos de capetinhas (os cariás). Também trás bonecos gigantes, sendo os mais tradicionais o Zé Pereira, uma Baiana e um "Catitão". O nome e símbolo do clube vêm grafados no estandarte amarelo e preto, seguidos por tocadores de tarol, caixa, surdo e bumbo, acompanhados pelos sopros, sem vocais.
Florianópolis:
Florianópolis oferece diversas opções para se curtir o carnaval, tais como: escolas de sambas, carnavais de salões e blocos de carnaval de rua. Entre eles, o mais famoso é o Desfile do Bloco dos Sujos, em que os homens se vestem de mulher. O bloco ganhou as ruas no sábado (18) e arrastou cerca de 90 mil pessoas. Além do pessoal que vai por conta própria, alguns blocos se organizam para desfilar no Bloco dos Sujos.
Com essa mistura de costumes e tradições, o carnaval brasileiro é uma das maiores manifestações populares, englobando todas as classes sociais com sua diversidade cultural e atraindo milhares de turistas para o país.
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